Estrela Decadente
Por Caroline Moreira
Ela tinha tantos sonhos quanto estrelas no céu, e cada
constelação que descobria, eram vidas dispostas em um pedaço de papel. As
figuras estampadas no telhado azul do mundo, não passavam de pontos
cintilantes, assim, com algum tipo de descuido. Pareciam esquecidas pelo resto
das pessoas. Mas cada vez que ela dava atenção por alguns segundos, não havia
corpo celeste que ficasse mudo. Porém, o dia amanhecia e a garota se via
perdida, um tanto sozinha. Ela passava a noite toda sonhando, e de dia não
tinha sono. O seu travesseiro, no entanto, era abarrotado de sonhos.
Às vezes, ela se sentia como se estivesse debaixo do seu
cobertor, numa escuridão total, e ficava confusa se a noite era um véu sobre a
cama do céu. Então, entre aquele sentimento que a prendia, sufocava, surgiu um
ponto reluzente que a acompanhava. Ela tinha certeza de que os dias eram mais
difíceis e obscuros que o anoitecer. Afinal, quando a noite chegava, ninguém
enxergava o que ela escondia, ninguém via as lágrimas que inundavam os seus
sonhos. Mas ela era uma poeira estelar, e cada vez que se debulhava em
lágrimas, restava o pó e ela soprava. Brilhava feito estrela... Decadente.
Estrela Decadente - SocialSpirit
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