Enclausurada
Por Marina Rodrigues
Ar logo falta em meus pulmões. As paredes parecem diminuir a
cada passo descompassado que dou em direção à porta. Enclausurada. Engasgada.
Enlatada como uma fileira de sardinhas, dessas que compramos em
supermercados.
Com um medo excessivo, irracional — que aumenta à medida que
o tempo escorre por entre os finos nós de meus dedos trêmulos — caminho em
direção à saída. É inevitável: devo desmaiar adiante.
Pânico. Ansiedade. Taquicardia. Suor. Terror. Tremor —
Claustrofobia.
Começo a ver imagens dobradas e penso se não são os
barbitúricos engolidos desesperados, no intuito de acalmar o fantasma da fobia
que paira sobre mim.
Morte, enfim.
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