segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Resenhas - Sete dias com Marilyn


Sete dias com Marilyn
Por Caroline Moreira

                O nome de Marilyn Monroe sempre recorda a imagem da loura impecavelmente linda com uma silhueta invejável, embora a moça que pareça a todos, uma deusa, seja na verdade uma mulher frágil com uma personalidade complicada. Isso é o que podemos observar em Sete Dias com Marilyn.

                Foi lançado em 27 de abril de 2012 e dirigido por Simon Curtis, a história em si não possui nada demais: uma atriz em lua de mel que quando o noivo deixa o país, se envolve, de certa forma, emocionalmente com um assistente, exceto pelo fato de mostrar as várias facetas da sensualíssima Monroe - suas crises, seus problemas e, sobretudo, sua insegurança. 


                As pessoas podem se perguntar: afinal, o que havia de tão espetacular nela? Mulheres bonitas estão espalhadas por quaisquer lugares e Jane Russel era o verdadeiro vulcão sexual na década de 50, o que torna a pergunta difícil de responder. Ela tinha sentimentos confusos, vulnerabilidade e usava drogas em grande quantidade, embora no início, foram prescritas para diminuir a insônia, causadas pelos ataques de pânico e ansiedade.


             A estrela até os dias de hoje, mantém-se como a mulher sexy e o mais perto da perfeição, no entanto, sua autoestima era extremamente baixa, o que piorava toda a situação. Ela tinha medo da loucura e de acabar sozinha, dizia ser infeliz no amor já que nunca foi feliz em nenhum de seus casamentos.


O filme é interessante visto que se pode conhecer uma fração do que realmente ela é, embora nunca saibamos o que ela era completamente. Incrivelmente, ela pôs se nua em alguns filmes e neste, parece que sua alma está totalmente despida e grita por atenção, no entanto, para esse tipo de nudez nem todos estão aptos para entender.


Colin Clark e Michelle Williams formam uma impressionante dupla, já que ele guia a narrativa e ela consegue expressar a vida embaralhada da atriz longe das câmeras. Para complementar, o filme ainda conta com Emma Watson (Harry Potter), e não deixa a desejar, além de sugerir uma reflexão sobre a profundidade de Marilyn. Até porque a sua instabilidade emocional e intensidade remetem ao Transtorno de Personalidade Limítrofe, mais conhecido como Borderline.

Para saber mais sobre o transtorno que ela possuía:


domingo, 7 de fevereiro de 2016

Resenha - Corações Perdidos




Corações Perdidos

Por Caroline Moreira


                   O filme foi lançado em 08 de julho de 2011 dirigido por Jake Scott e o elenco conta com a participação de Kristen Stewart (‘Branca de Neve e o Caçador’), James Gandolfini (‘O Homem da Máfia’) e Melissa Leo (‘Invasão à Casa Branca’).
                   O drama estadunidense concentra sua narrativa em uma tragédia familiar, a qual permitiu que surgisse uma barreira entre Doug e sua mulher, Louis, ambos estão em um relacionamento de silêncio e distanciamento completo até o dia em que Doug foi a uma convenção em New Orleans e conheceu Mallory. 


                Ela é dançarina numa boate de strip club, não consegue evitar palavrões devido à língua afiada e também possui temperamento forte. Subitamente, essa jovem terá uma influência na vida do casal, fazendo-os lembrar do que os uniu e de quanto se amam.
                                 
                Vale ressaltar que a atuação de Kristen neste filme mostrou que seu talento não se resume a saga Crepúsculo, a qual a fez perder certa credibilidade e que está evoluindo como atriz gradativamente.
                                  
                   E embora, o final do filme não me pareça satisfatório levando em consideração a emocionante história, devo dizer que o indico pela maneira como discorre o enredo, a bela trilha sonora, e o elenco que definitivamente possui uma qualidade exorbitante. 

Para não dizer que não falei das flores

Para não dizer que não falei das flores 
Eduarda Gomes
Capítulo Único - Florir

       O mundo não acabou.
      Eu ainda estou aqui pela metade, ouvindo músicas até tarde e me sentindo um pedaço finito do que já fui um dia. Querendo me tornar água da chuva e me transformar em uma nuvem, mudar a rota do meu dia e cortar o cabelo. Esquecer que te amei um dia e fugir do meu próprio espelho.
       Os dias seguiram.
     Parei de perceber e me lembrar que não me sentia bem. Parei de chorar contra o travesseiro, querendo que tudo explodisse e só sobrasse eu e um espaço não construído. Parei de sentir raiva e saudade de algo inventado e parei de me obrigar a amar algo abstrato.
       E eu continuei aqui.
      Ainda querendo escrever cartas de amor e olhar o sol nascer mesmo que seja para dormir o resto do dia e desperdiçar tudo que sobrou. Mesmo que parte de mim já tenha ficado no meu passado e as flores sejam só feridas não cicatrizadas de algo que nunca deveria ter acontecido. E só aconteceu porque eu fui incapaz de evitar.
       Mas ainda há amor.
       Porque de tudo que acabou – murchou, despedaçou – eu fui à única coisa que ficou.
       E já aprendi a ser feliz só por mim.


--
Postado no SocialSpirit 

Hiperbólica


Hiperbólica - Por Marina Rodrigues



Poesias - Aquarela por Lika Akamatsu




Aquarela

por Lika Akamatsu



E já não é a primeira vez

Que vejo rolar pela face alva

Uma gota tão transparente

Quanto tua alma



Só precisas de mais cor

Dó se pinta com um pouco de sol

Tristeza, com amor

Vejas, ficarás melhor



Chores o quanto precisar

Mas deixa-me colorir tuas lágrimas

Quando se acalmar

Farei desenhos com aquarela


--

Publicado no SocialSpirit

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Conto - Trouxa por Caroline Moreira

                                                                     T   r   o   u   x   a

Por Caroline Moreira
Ela não tinha um coração no peito, ele vivia saindo do lugar. Distribuía canções e versos para quem pudesse acreditar. Tão otimista que chegava a doer, quando nem sabia o que era dor. Ela não podia prever, mas não, não daria certo. Até ouvia os conselhos de amigos. Para de ser trouxa! Eles viam tudo o que ela não enxergava, a vida é toda roxa, cheia de hematoma e cheia de cicatriz. E, mesmo assim, ela distribuía abraços, e nunca era recompensada.
Eles só não sabiam que ela sempre dizia para si mesma: Para de ser trouxa. E que o seu corpo escondia pancadas feias e doloridas, vermelhas, azuis, esverdeadas. Um esboço inacabado cheio de rabiscos, riscos, mal vistos, encobertos pelo tecido da pele. Para de sair distribuindo abraço, porque não há recompensas, e você não é desinteressado, eu sei. Ela só queria em troca, esconder-se na própria toca, sem ninguém incomodar.
Mas a vida é toda roxa, cheia de hematoma e cheia de cicatriz. Machuca, infecciona, retira a casca que protege. Pelo simples prazer de sentir dor. Por ver beleza escondida na dor. Por falta de interesse. Em si mesma.

Postada SocialSpirit: Trouxa